quinta-feira, 24 de novembro de 2016

E a Black Fraude chegando (Por Thiago Muniz)

Aqui não é Black Friday. 

Os preços são dobrados e depois cortados. Realmente é pura fraude. 

Deveríamos ter hoje um dia de gratidão, importar algo de bom e positivo.

O consumismo é uma ponta do problema nessa data. 

A outra ponta é a enganação que nomeou a data , simbolicamente, como Black Fraude. Muitas lojas (muitas mesmo) aumentam o valor dos produtos 1 mês antes, pra baixar pro preço de origem na sexta fatídica. Muito diferente da data nos EUA, onde os preços realmente caem, a população se "estapeia" e algumas lojas já contratam até ambulância pra ficar na porta da loja (sub do submundo).

A culpa é da avalanche publicitária que insiste em me lembrar que amanhã tem Black Friday, tamanha a quantidade de produtos que parecem mais baratos do que são de fato). Darei o troco nestas despretensiosas linhas que denunciam o lado sombrio desta convocação voraz. O black friday abre caminho para um movimento de manada que provoca a excitação coletiva em torno do consumo desvairado, alucinado, compulsivo. 

O Brasil importou sem cerimônia uma data criada nos Estados Unidos (há quem diga que a invenção é canadense) sem se dar ao trabalho sequer de traduzir o termo. O black friday acontece na sexta-feira seguinte ao Dia Nacional de Ação de Graças (Thanksgiving Day) quando o comércio americano promove uma mega-liquidação para marcar o início das compras de Natal. 

O país mais consumista do mundo pretendeu antecipar a temporada de compras natalinas e "se deu bem". Longas filas se formam na madrugada gelada de cidades como Nova Iorque onde a multidão aguarda em uma espera angustiante a abertura das lojas. 

Quando isso acontece, registra-se o "estouro da boiada" com pessoas sendo literalmente atropeladas, disputando por vezes de forma violenta os produtos mais baratos, algo que destoa bastante do chamado "espírito natalino".

A bem da verdade, o black friday exalta o "natal pagão", aquele que privilegia a tradição do Papai Noel (pintado de vermelho pela Coca-Cola no início do século passado quando transformou o bom velhinho em garoto-propaganda) e da árvore repleta de presentes (campanhas publicitárias vendem a ideia de que Natal de verdade é o da fartura de presentes, comida, bebida, etc.). 

Em meio a essa correria toda, esquecemos do aniversariante e do sentido espiritual da festa. Mas, cada um tem o direito de fazer o seu Natal do jeito que bem entender. E também de se entreter com a correria do black friday, se assim o desejar. 

Mas se esse for o seu caso, faça por você. Não se deixe levar pelo arrastão publicitário que arrebata os incautos, os distraídos, os dispersos. Firme seu pensamento naquilo que acredita e seja feliz.

Vivamos o consumo responsável! O planeta agradece.

As pessoas deixam se levar pelo marketing agressivo das grandes redes e esquecem de si próprias, endividando-se e gerando ainda mais problemas para todos.







BIO


Thiago Muniz é colunista do blog "O Contemporâneo", do site Panorama Tricolor, do blog Eliane de Lacerda e do blog do Drummond. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.




Nenhum comentário:

Postar um comentário