sábado, 5 de dezembro de 2015

Você é contra ou a favor do Impeachment? (Por Thiago Muniz)

Sou contra.

Sou contra porque acho que, tendo sido o pedido encaminhado como foi, em ato de represália a uma chantagem que não deu certo, o todo fica comprometido. Eu sei que o pedido não foi feito pelo Cunha, mas foi ele quem deu início ao processo, e nada que ele faça hoje tem mais qualquer legitimidade. Esse homem devia estar na cadeia há tempos. Ou num manicômio.

Sou contra também porque acho que este processo de impeachment foi um presente dado de bandeja ao PT para justificar a sua falência administrativa. Se o impeachment acontecer, o que acho improvável, o governo terá sido a calamidade que está sendo porque a Dilma terá sido cassada; se não acontecer, teremos ido para o fundo do poço por causa da turbulência política provocada pela elite branca de olhos azuis que não se conforma em ver um operário no poder os porteiros viajando de avião os pobres na universidade blá blá blá.

Em suma, o idiota do Cunha deu munição e sobrevida ao PT, que vai chegar revitalizado a 2018: parabéns.

Sou contra, ainda, porque a Dilma foi eleita num processo supostamente democrático, e há dúvidas entre os juristas se as razões expostas no pedido são procedentes. Um pedido de impeachment deveria estar baseado em provas inequívocas.

Digo "supostamente democrático" porque, a meu ver, o uso despudorado da máquina governamental favoreceu enormemente a sua reeleição. Das verbas dobradas das empreiteiras aos deputados comprados nas coligações canalhas, tudo contribuiu para que ela voltasse ao poder. Mas este é o sistema que temos, e ele é a primeira coisa que precisamos corrigir para moralizar a política.

Por outro lado, sou totalmente contra a Dilma.

Não só pela sua óbvia incompetência, mas porque, a essa altura, ela não tem mais condições de ocupar o cargo. Tudo ao seu redor é caos. Nada funciona. Enquanto isso, o seu partido é protagonista do maior escândalo de corrupção jamais descoberto no país.

Se os demais partidos também roubavam (e continuam roubando) são outros quinhentos; quem está no poder agora, neste momento, é o PT, que daqui a pouco vai ter mais representantes nas penitenciárias do que no Congresso. Dilma pode não ter participado diretamente da bandalheira, mas foi criminosamente omissa, o que compromete a sua imagem e a legitimidade do seu governo.

Então, ‪#‎comofaz‬?

Não sei. Se soubesse eu estava em Brasília, tentando fazer.

Mas o Brasil -- que elegeu a Dilma, contra todas as evidências e mentiras da campanha eleitoral -- merece a Dilma. A culpa da miséria que estamos vivendo, e que ainda vamos amargar por muito tempo, ela divide com cada um dos seus eleitores.

Quando o Lula tinha 80% de aprovação, eu falava que o tal Brasil primeiro mundo registrado em cartório não passava de um voo de galinha de surfar na bonança de venda de commodities para a China. A partir de 2012 quando a China desacelerou, o castelo de areia desabou.

Por isso sou contra o impeachment !!! Se o PT sair, ele logo,logo vai ficar na posição onde ele é mestre, ou seja, na oposição culpando qualquer um que assumir.

Deixa a Dilma ai para tentar limpar toda o desastre que eles produziram. Ninguém nem precisa se preocupar que 2006 não se repete, pois perdoaram o Lula do Mensalão e o reelegeram ali pq a economia estava bombando na conjuntura internacional da época.

Agora sem a muleta da China para salvar e com a policia batendo na porta a toda hora com a Lava Jato, quando isso terminar esses caras nao se elegem nem para sindico de prédio.

A verdade é que o resultado de um impeachment - ou não, pode trazer consequências que não se pode antecipar. Afinal isto é Brasil e as idiossincrasias são parte de nossa vida.


De qualquer forma, alguma reforma drástica tem que ocorrer seja ela causada por Dilma, Cunha ou por nós mesmo.


BIO

Thiago Muniz tem 33 anos, colunista dos blog "O Contemporâneo", do site Panorama Tricolor e do blog Eliane de Lacerda. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.



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